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Anfilóquio de Lima (patrono)

Anfilóquio de Lima nasceu em 12 de novembro de 1886 e faleceu na noite de 23 de julho de 1909, em Baturité, Ceará. Viveu apenas 22 anos. Era carioca, por um desses acidentes até certo ponto românticos. É que seus pais estavam a passeio no Rio de Janeiro, e ele não esperou pelo regresso à planície. Sempre foi considerado campista, uma vez que toda a sua infância, toda sua formação e estudos iniciais foram em Campos.

 

Sua primeira escola foi a do mestre Baltazar Carneiro, patrono da cadeira 5 da Academia Campista de Letras, escola essa que formou a base intelectual de inúmeros campistas ilustres. Depois, teve como professor aquele que seria, no passar dos anos, o seu biógrafo: Múcio da Paixão. Mais tarde, matriculou-se no Liceu de Humanidades de Campos para fazer o chamado Curso Preparatório, pois sonhava em seguir a carreira de advogado. A sua saúde um tanto delicada não o deixou iniciar de maneira regular os estudos acadêmicos. Frequentou a Escola de Farmácia de Juiz de Fora, onde residiu como funcionário da Repartição Geral dos Telégrafos.

 

Em 1903, quando frequentava o primeiro ano do Liceu de Humanidades de Campos, publicou o seu primeiro livro de versos: "Lira dos meus oito anos", uma coletânea de 10 bonitos sonetos. O volume foi prefaciado pelo escritor Lindolpho Assis, que exclamou: "Um poeta aos quinze anos !... Quem poderia definir de modo justo, preciso, esta faculdade que eleva uma criança acima dos próprios contemporâneos, assegurando memória imperecível das produções do seu espírito"? Mais à frente, diz: "Nos versos de Anfilóquio, desde os primeiros até os últimos, perpassa suave e doce melancolia a par de um lyrismo casto, delicado e sonoro". Por sua vez, Múcio da Paixão, seu biógrafo, registrou: No dizer correto de Múcio, "Corre pela sua poesia uma nota nostálgica e plangente, uma leve tristeza que lhe ensombra a radiosa inspiração".

 

Era um rapaz esbelto, vivaz, sempre vestido cuidadosamente, para quem as moças sorriam antes que ele lhes sorrisse. Era puro, meigo e humilde.

 

Silvio Fontoura relata um fato que seria verídico. Quando da publicacao do primeiro livro de Anfilóquio de Lima, aos 15 anos, Manuel Moll, poeta e professor, criticou a obra. Apontava nela deslizes na linguagem, entre os quais alguns erros de sintaxe. Moll, que não conhecia o poeta, vê, dias depois, na sua sala de aula de português, um rosto estranho e indagou: - Quem é o senhor? "Sou Anfiloquio de Lima. Vim agradecer-lhe a crítica e aprender mais com o senhor". Passado um mês, Anfilóquio era o melhor discípulo de Manuel Moll.


Texto do acadêmico Dr. Welligton Paes.

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